LADRÕES DE CARTOLA NUM PAÍS COM AS ESTRUTURAS A CEDER
Este texto foi inspirado num artigo que li AQUI . Deixei Coimbra, minha Terra Natal, quando Salazar estava, ainda, no poder. Era muito nova, mas apercebia-me de que o “ar era pesado”. Isso não passava despercebido à minha sensibilidade. Em cada canto ouvía-se sussurrar contra o regime. Vivia-se mal. A fome andava escondida, porque se alguém fosse apanhado a pedir, na rua, corria o risco de ser preso. Hoje temos como que um vidro transparente e podemos ver o que vai acontecendo, até certo ponto, com maior facilidade. Sim, até certo ponto porque há muitas pessoas ainda que não revelam o que se passa no seu seio familiar, porque têm vergonha. Sabemos que, para uma parte da nossa sociedade, a favor e praticante das aparências, quem passa fome é como quem sofre de doença rara, contagiosa. Quantas pessoas preferem o silêncio, ou eventualmente a morte, a dar a conhecer o que está a passar-se nos seus lares. Homem honrado não deve ter dívidas, mas ladrão disfarçado de qualquer coisa, do