A RELIGIÃO E AS CRIANÇAS

O artigo que transcrevo a seguir, que reputo duma importância extraordinária, foi extraído do jornal “The Times”, do dia 21 do corrente. Como já referi algumas vezes, não é de minha preferência trazer a blogues textos que não sejam de minha autoria. Reconhecendo, porém, a relevância que têm certos artigos, decidi criar este blogue, com esse objectivo determinado.

Passo, portanto, a colar o texto que escolhi para hoje, o qual tive o cuidado de traduzir para português. Contudo, o texto original poderá ser lido online, no site do jornal acima mencionado.

As crianças protagonistas da publicidade do ateísta Richard Dawkins são evangélicas.

As duas crianças escolhidas para o mais recente ataque frontal de Richard Dawkins, contra Deus, não pode parecer mais livre da miséria que ele associa à bagagem religiosa. Com o slogan

“Por favor, não rotular-me. Deixe-me crescer e fazer a minha escolha “, os jovens com largos sorrisos parecem ser a propaganda perfeita para o novo ateísmo que está sendo promovido pelo professor Dawkins e pela British Humanist Association.

Só que eles estão tão longe, quanto possível, do ateísmo. “The Times” tem a possibilidade de revelar que Charlotte, 8, e Ollie, 7, são de um dos países onde as famílias são mais devotadas ao Cristianismo.

Seu pai, Brad Mason, é assim como que uma celebridade nos meios evangélicos, como baterista do popular músico cristão Noel Richards. Desenhador e fotógrafo para a web, o Sr. Mason tem vindo a complementar o seu rendimento através do fornecimento de fotografias a agências que, depois, vendem para os jornais e campanhas publicitárias.

Ele disse: “É muito engraçado porque, obviamente, que eles estavam à procura de imagens de crianças que pareciam felizes e livres. Aconteceu terem escolhido crianças que são cristãs. É irónico. Os humanistas, obviamente, não sabiam os antecedentes destas crianças.

Ele disse que o Cristianismo transparecia no rosto destas crianças. “Obviamente, há algo em seus rostos, que é diferente. Portanto, eles concluiram que elas eram felizes e livres, desconhecendo serem cristãs. Isto é um grande elogio. Isto revela que criámos os nossos filhos no bom caminho e que eles são felizes. ”

Gerald Coates, líder da rede de igrejas da Pioneer, o qual o Sr. Mason e sua família costumava freqüentar antes de se mudaram para Dorset, disse: “Eu penso que é hilariante que as crianças felizes e livres que estão no cartaz ateísta sejam, de facto, Cristãs.

A British Humanist Association disse que não importava se as crianças eram Cristãs. “Esse é um dos pontos da nossa campanha”, disse Andrew Copson, director de educacão, na associação. “As pessoas que nos criticam por dizermos que crianças criadas no seio de famílias religiosas não serão felizes, ou que nenhuma criança deve ter qualquer contato com a religião, deveriam ter tempo para ler os anúncios.

“A mensagem é a de que a rotulagem aos filhos, por causa da religião seguida pelos pais, falha por não respeitar os direitos da criança e a sua autonomia. Queremos dizer que as religiões e as filosofias – “humanismo” é um dos rótulos que usamos no nosso cartaz – não devem ser impingidas ou assumidas em crianças pequenas. ”

As imagens das crianças foram adquiridas em istockphoto.com, em que os fotógrafos fazem o upload de imagens para venda a designers e, em troca, usufruem dum parte do valor de cada download.

Entre os que se congratularam com a campanha está o mágico e ilusionista Derren Brown e o autor Philip Pullman, que disse: “É absolutamente certo que não deveríamos rotular as crianças até que elas tenham idade suficiente para decidir por si próprios”.

Pouco há a acrescentar ao que acabámos de ler. Neste texto está tudo dito …. É uma rasteira igual a milhões de outras. Quem estiver com problemas de interpretação é porque não estudou. Estudasse!

Todavia, arrisco-me a dar a minha opinião àcerca do que toca à posição dos pais, perante um assunto tão delicado quanto susceptível de ser criticado pela sociedade. Mas como eu estou ‘marimbando’ para uma certa classe de mentalidades, vou deixar aqui o meu parecer, porque da criança se trata:

Não são necessárias campanhas de mentalização disto ou daquilo, no que se refere a este assunto. O que seria bom de considerar é a auscultação do sentimento da criança, ao longo dos anos, sem pressões ou intoxicações com doutrinas caducas. Nas bases estruturais da formação da criança deverão estar exemplos de Amor concretos, não regras teóricas sobre doutrinas que me parecem cheirar a mofo. Um grande número dos que pregam doutrinas, estão bem longe de atingir o perdão do seu Deus – que pode até nem ser o meu – pelos pecados que cometem e a criança não pode como que servir de depósito de regras morais que a maioria dos seus pregadores não cumpre. Mais do que ser ateísta, evengelista, cristão, católico ou seja lá o que fôr, o seu rosto deve ser o espelho dum coração carregado de Amor, de Tolerância, de Carinho e, porque não, de Disciplina no Respeito que os outros lhe merecerão ao longo das suas vidas.

Maria Letra
21/11/2009

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